Não é fácil lidar com um tratamento contra o câncer, não é mesmo? Muitas inseguranças surgem, dúvidas se multiplicam e o medo pode ser uma visita frequente. Para ajudá-lo a lidar melhor com esse momento, preparamos um guia sobre a Quimioterapia, com respostas às perguntas mais frequentes nos consultórios oncológicos. Assim, você terá mais segurança para lidar com as mudanças que surgirem durante esse percurso, e descobrirá que é possível manter muitos pontos da sua rotina, independentemente do tratamento.

Se você tem indicação clínica para a Quimioterapia, seu médico já deve ter te explicado que esse tratamento utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam os tumores. Estes remédios se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes e impedindo, também, que elas se espalhem.

O tratamento é administrado por enfermeiros especializados e auxiliares de enfermagem, podendo ser oral (pela boca), intravenoso (pela veia, na forma de injeções ou dentro do soro), intramuscular (injeções no músculo), subcutânea (injeções por baixo da pele), intracraneal (pela espinha dorsal) e tópico (sobre a pele ou mucosa, em forma de líquido ou pomada).

A duração da Quimioterapia é planejada de acordo com o tipo de tumor e varia em cada caso. As aplicações não devem ser suspensas, até que o médico indique o fim do tratamento.

Cuidados especiais

No intervalo das sessões de Quimioterapia, não é preciso mudar as atividades pessoais e de trabalho, de forma geral. Alguns cuidados especiais, porém, são importantes para evitar possíveis complicações durante o tratamento.

Ao fazer a barba, tenha cuidado para não se cortar (se possível, use barbeador elétrico). Nas mãos, evite retirar cutículas e cuidado ao cortar as unhas. Caso sinta ressecamento da pele ou descamação, passe hidratante que não contenha álcool (como, por exemplo, óleo de amêndoa ou leite de aveia). Não use desodorantes que contenham álcool. Não inicie nenhum tratamento odontológico sem o conhecimento do seu médico.

Alguns medicamentos, quando administrados fora da veia, podem causar lesões do tipo queimaduras, que, quando não tratadas, podem causar algumas complicações. Podem surgir dores, queimação, inchaço, vermelhidão no braço e outros sintomas, que podem ser sentidos durante a injeção ou algum tempo (até dias) depois. Caso isso aconteça, a equipe médica deve ser avisada. Em casa, você pode tomar algumas medidas:

– lave o braço com água e sabão;
– mergulhe o braço em água gelada durante 20 minutos, várias vezes ao dia, até que desapareça a vermelhidão;
– mantenha o braço elevado o maior tempo possível.

Caso você precise tomar outros medicamentos, avise imediatamente ao seu Oncologista Clínico. Somente ele poderá avaliar se há alguma contraindicação para o uso durante o tratamento. Quanto às bebidas alcoólicas, elas estão liberadas, desde que em pequenas quantidades e longe do dia das aplicações. A ingestão não é recomendada na semana da sessão, ou se você estiver tomando antibióticos, tranqüilizantes ou remédios para dormir.

Queda de cabelo

Uma preocupação frequente, principalmente entre as mulheres, se refere à queda do cabelo causada pelas sessões terapêuticas. Essa é uma possibilidade real, mas nem todas as pessoas apresentam este sintoma. Caso aconteça com você, lembre-se de que essa é uma reação passageira e suas madeixas voltarão a crescer normalmente após o término das sessões. Para contornar o desconforto, abuse de bonés, perucas e lenços.

Algumas mulheres também apresentam alterações temporárias na menstruação; o fluxo de sangue do período pode aumentar, diminuir ou parar completamente. Se isto acontecer, o médico responsável deve ser comunicado.

Com relação às atividades sexuais, elas podem ser mantidas normalmente. Vale ressaltar que a gravidez deve ser evitada durante o tratamento. Por isso, homens e mulheres devem usar preservativo (camisinha) em todas as relações sexuais, e as mulheres também devem usar pílulas anticoncepcionais, se o médico as prescrever.

Quando procurar a emergência

Retorne ao hospital imediatamente em caso de:

– febre por mais de duas horas, principalmente igual ou acima de 38°C;
– manchas ou placas avermelhadas no corpo;
– sensação de dor ou ardência ao urinar;
– dor em qualquer parte do corpo inexistente antes do tratamento;
– sangramentos que demoram a estancar;
– falta de ar ou dificuldade de respirar;
– diarreia por mais de dois dias.

 

Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca)